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Padre João Clá

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Arautos de Moçambique juntos ao Pe. João Clá,
Presidente Geral dos Arautos do Evangelho.
Dedicamos este site a São Luis María G. de Montfort.

A alegria pela chegada do Papa em Camarões

In Africa, africanos, Arautos do Evangelho, Bento XVI, Bispo, católico, Catolicos, Church, em africa, eucaristia, Evangelização, família, Igreja, joão cla dias, liturgia, Maputo, Missionários em Africa, Moçambique, Monsenhor João Clá, na africa on março 20, 2009 at 3:11 pm

Deus abençoe a África

In Adoração, Africa, Africa do Sul, africanos, arautos, Arautos do Evangelho, Bento XVI, católico, Catolicos, em africa, liturgia on março 18, 2009 at 11:47 am

Camarões (Terça, 17-03-2009, Gaudium Press) O Papa Bento XVI fez hoje, assim que desembarcou no aeroporto de Yaoundé, capital camaronense, o primeiro discurso de seu pontificado em território africano. O Papa se dirigiu a dezenas de representantes das esferas política e civil e a autoridades religiosas que esperavam para recepcioná-lo.

Em seu discurso, Bento XVI falou sobre a pobreza no continente e da necessidade da Igreja no continente servir a todos os seus fiéis e ser porta-voz da liberdade e da justiça. Disse também que medicamentos para quem é portador do vírus HIV deveriam ser distribuídos gratuitamente no continente e saudou o desenvolvimento camaronense.

Veja, a seguir, a íntegra do primeiro discurso do Papa na África:
“Senhor Presidente

Distintos Representantes das Autoridades Civis,

Cardeal Tumi,

Meus Irmãos Bispos,

Caros irmãos e irmãs,

Muito obrigado pelas calorosas boas-vindas. Obrigado, senhor Presidente, por suas gentis palavras. Eu agradeço com alegria o convite para visitar Camarões e por isso quero expressar minha gratidão a você e ao presidente da Conferência Episcopal Nacional, arcebispo Tonyé Bakot. Eu saúdo todos que me honraram com as suas presenças nesta ocasião, e quero que saibam como estou agradecido em estar aqui com vocês em solo africano, pela primeira vez desde a minha eleição para o Trono de Pedro.

Eu calorosamente saúdo meus irmãos Bispos bem como o clero e os fiéis leigos que estão aqui reunidos. Minhas respeitosas saudações também para os representantes do governo, autoridades civis e o corpo diplomático. Desde que este país, como tantos outros na África, está chegando ao 50º aniversário de sua independência, eu desejo unir minha voz ao coro de parabéns e de bons votos que os seus amigos de toda a parte do mundo irão oferecê-los na feliz ocasião. Eu reconheço com gratidão também a presença de membros de outros credos Cristãos e seguidores de outras religiões. Ao se juntarem a nós, hoje, vocês oferecem um claro sinal da boa vontade e da harmonia que existe neste país entre pessoas de diferentes tradições religiosas.

Eu venho a vós como pastor, venho para confirmar meus irmãos e irmãs na fé. Este foi o papel que Cristo confiou a Pedro na Última Ceia, e este é o papel dos sucessores de Pedro. Quando Pedro pregou para multidões em Jerusalém no Pentecostes, havia visitantes da África presentes entre eles. E o testemunho de muitos grandes santos deste continente durante os primeiros séculos do Cristianismo – Saint Cyprian, Saint Monica, Saint Augustine, Saint Athanasius, para nomear apenas alguns – garante uma posição distinta para a África nos anais da história da Igreja. Até os dias atuais, ondas de missionários e mártires continuaram a dar o testemunho de Cristo pela África, e hoje a Igreja é abençoada com quase 150 milhões de fiéis. Como agregá-los, é a tarefa que o sucessor de Pedro deve trazer para a África, para celebrar com todos vós o dom da fé em Cristo que sustenta e alimenta tantos dos filhos e filhas deste grande continente!

Foi aqui em Yaoundé, em 1995, que mee venerável predecessor, Papa João Paulo II, promulgou a Exortação Ecclesia Pós-sinodal e Apostólica na África, fruto da Primeira Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos, ocorrida em Roma. De fato, o décimo aniversário daquele momento histórico foi celebrado com grande solenidade na mesma cidade há não muito tempo. Eu venho aqui para entregar o Instrumentum Laboris para a Segunda Assembleia Especial, que vai acontecer em Roma em outubro.

O Sínodo dos Bispos irá refletir o tema: “A Igreja na África a Serviço da Reconciliação, Justiça e Paz: ‘Você é o sal da terra… Você é a nova luz do mundo’ (Mt 5: 13-14)”. Quase dez anos novo milênio adentro, este momento de graça é um chamado para todos os Bispos, padres, religiosos e leigos e fiéis do continente para rededicarem a si mesmos à missão da Igreja de levar esperança para os corações de todas as pessoas da África, e também do mundo todo.

Mesmo em meio a grande sofrimento, a mensagem cristã sempre traz esperança; a vida de Santa Josefina Bakhita oferece um exemplo cristalino da transformação que um encontro com o Deus vivo pode trazer para uma situação de grande dificuldade e injustiça. Em face ao sofrimento ou à violência, pobreza ou fome, corrupção ou abuso de poder, um Cristão não pode jamais permanecer em silêncio. A mensagem de salvação do Evangelho precisa ser proclamada em alto e bom som, de forma que a luz de Cristo possa brilhar na escuridão da vida das pessoas.

Aqui na áfrica, como em muitas partes do mundo, incontáveis homens e mulheres esperam há muito por ouvir uma palavra de esperança e conforto. Conflitos regionais deixam milhares de desabrigados ou desalojados, órfãos ou viúvos. Em um continente que, em tempos passados, viu tantas de suas pessoas serem capturadas e comercializas mar afora para trabalhar como escravas, hoje o tráfico humano, especialmente das frágeis mulheres e crianças, se tornou uma nova forma de escravidão. Em um momento de escassez global de alimentos, turbulência financeira e mudança climática, a África sofre desproporcionalmente: mais e mais de seus povos estão virando presas da fome, da pobreza e da doença. Eles clamam por reconciliação, justiça e paz, e isso é o que a Igreja lhes oferece. Não novas formas de opressão econômica ou política, mas a gloriosa liberdade dos filhos de Deus. Não a imposição de modelos culturais que ignorem os direitos dos não-nascidos, mas a pura água curadora do Evangelho da vida. Não amargas rivalidades inter-étncias ou interreligiosas, mas a retidão, paz e alegria do Reino de Deus, tão bem descrito por João Paulo II como a civilização do amor.

Aqui em Camarões, onde mais de um quarto da população é Católica, a Igreja está posicionada para levar adiante sua missão de cura e reconciliação. No Centro Cardeal Léger, eu devo observar a solicitude pastoral desta igreja local para com os doentes e os sofridos; e é particularmente recomendável que aqueles que sofrem de Aids recebam tratamento gratuito em seu país. Educação é mais um elemento-chave para o ministério da Igreja, e agora nós vemos os esforços de gerações de professores missionários dando fruto no trabalho da Universidade Católica da África Central, um símbolo de grande esperança para o futuro da região.

Camarões é uma verdadeira terra de esperança para muitos na África Central. Milhares de refugiados de países da região dilacerados por guerras foram bem-vindos aqui. É uma terra de vida, com um governo que fala em defesa dos direitos dos não-nascidos. É uma terra de paz: ao resolver pelo diálogo a disputa sobre a península Bakassi, Camarões e Nigéria mostraram ao mundo que paciente diplomacia pode realmente gerar frutos. É uma terra de juventude, abençoada com uma população jovem cheia de vitalidade e vontade de construir um mundo mais justo e pacífico. Corretamente, é descrita como “África em miniatura”, lar de mais de 200 grupos étnicos diferentes que vivem em harmonia um com o outro. Essas são todas razões para agradecer e dar graças a Deus.

Como eu venho entre vocês hoje, eu rezo para que a Igreja aqui e por toda a África continue a crescer em santidade, no serviço da reconciliação, justiça e paz. Eu rezo para que o trabalho da 2ª Assembleia Especial Sinodal dos Bispos possa distribuir os dons que o Espírito despejou sobre a Igreja na África. Eu rezo por cada um de vocês, por suas famílias e entes queridos e eu lhes peço para que se unam a mim em oração por todas as pessoas deste vasto continente. Deus abençoe Camarões! E Deus abençoe a África”